ANO LITÚRGICO DE SÃO JOSÉ e Carta do Papa (Patris Corde)

.

ANO LITÚRGICO DE SÃO JOSÉ

Patrono da Igreja Católica Apostólica Romana, no mundo inteiro…

ORAÇÃO A SÃO JOSÉ

Salve, guardião do Redentor e esposo da Virgem Maria! A vós, Deus confiou o seu Filho.    Em vós, Maria depositou a sua confiança.    Convosco, Cristo tornou-se Homem. Ó Bem-Aventurado José, mostrai-vos Pai,   também para nós   e   guiai-nos no caminho da Vida. Alcançai-nos a graça, misericórdia, coragem e defendei-nos de todo o mal. Amém! (Papa Francisco)

.

Consulte: Carta Apostólica Patris corde
.
CARTA APOSTÓLICA DO SANTO PADRE – PAPA FRANCISCO, POR OCASIÃO DO 150º ANIVERSÁRIO
DA DECLARAÇÃO DE SÃO JOSÉ
COMO PADROEIRO UNIVERSAL DA IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA, NO MUNDO TODO.

 

ARTIGO EXTRAÍDO DA “REVISTA AVE MARIA” (*)

São José: identidade de Jesus

 

JOSÉ TRANSMITE A JESUS SUA IDENTIDADE DE MESSIAS E LHE DÁ UM LUGAR NA SOCIEDADE (* Pe. Mauro Negro*)

 

Propor o personagem José é apresentar aos fiéis um elemento indispensável da vida de Jesus Cristo e de seu Evangelho: sua identidade. José representa o mundo circundante de Jesus, sua história, sua fé judaica e sua visão de mundo iluminada pelo mistério que ele conheceu antes de todos os demais: a presença do Filho de Deus, o Messias esperado por Israel e então oferecido à humanidade. Ao redor de José e sob sua proteção, o Filho de Deus entra na história de modo decisivo. Ele precisa nascer, crescer, aprender, escolher, expor-se.

 

Tudo isso é José que lhe ensina e transmite. José é o educador do Filho de Deus.

 

Podemos e devemos propor José como modelo de justo, que é a pessoa fiel à vontade de Deus, aos compromissos que nascem na realidade em que vivemos. José é fiel. E é pai! Em Lucas 2,48, quando Jesus é reencontrado no templo, depois de três dias de procura, Maria pergunta e afirma: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu, aflitos, te procurávamos!” (Lc 2,48). Maria não receia indicar José, seu esposo, como pai de Jesus. E Jesus afirma que deveria estar na casa de seu Pai, que é o próprio Deus. E de onde ou de quem Jesus aprendeu a paternidade? Claramente que de José, que ele devia chamar de pai.

 

O Evangelho segundo Mateus foi feito para cristãos que tinham origem judaica e também o Evangelho segundo João. É lá que encontramos duas indicações importantes. Em João 1,45, Filipe vai até Natanael e diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na lei, e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré” (Jo 1,45). E ainda em João, depois do episódio dos pães, os que acompanhavam Jesus se surpreendem com ele e perguntam: “Não é esse Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos?” (Jo 6,42).

 

Jesus era conhecido como filho de José, o que é natural, de acordo com os costumes daquele tempo. A pessoa era identificada com o nome próprio e a filiação paterna. Assim era para Jesus: “Jesus, filho de José”. Segundo a tradição judaica, ser pai era algo importante. Em um escrito chamado Talmud da Babilônia, afirma-se: “Quem não ensina uma profissão ao seu filho, ensina-o a ser ladrão”. E é em Marcos que encontramos a magnífica frase: “Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E suas irmãs, não estão aqui entre nós?” (Mc 6,3). Esse é um modo típico dos judeus do primeiro século: afirmar alguma coisa perguntando. Nesse versículo não aparece o pai, José, mas aparecem Maria e os parentes de Jesus, indicados como irmãos e irmãs. E Jesus é “o carpinteiro”, alguém na sociedade, reconhecido, digno e aceito socialmente. Isso é devido, por certo, a José, o pai.

 

Nos evangelhos, a origem de Jesus não é tão acentuada, mas a sua identidade é: ele é profeta, conforme o Evangelho segundo Marcos; é de natureza humana, segundo Lucas; é divino e eterno, segundo João. Segundo Mateus, Ele é herdeiro de Abraão e de Davi, como se lê em Mateus 1,1. Por isso, Jesus é o Messias. Isso vem com José, que é também um patriarca. Propor José é entender melhor a paternidade, a realidade humana, a identidade de cada pessoa.

 

Propor José é entender que a salvação acontece nas decisões pessoais, nos compromissos de vida e de história. É enxergar a fé e a esperança de modos diferentes, renovados, concretos e reais. É crer na justiça e na verdade do que dizemos e somos.•

 

 

*Padre Mauro Negro, osj é biblista pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

 

In Revista Ave Maria | Novembro, 2020. pg 53; https://revistaavemaria.com.br/wp-content/uploads/2020/10/novembro2020.pdf e a imagem da internet (domínio público)

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *