2019 – CAMPANHA DA FRATERNIDADE: Fraternidade e Políticas Públicas

PARÓQUIA SANT’ANA – SOUSAS

 

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2019

FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS

“A libertação pelo direito e pela justiça” (Is 1,27)

 

Fonte: Entrevista com Dom Leonardo Ulrich Steiner (Secretário-Geral da CNBB)

 

 

De que maneira Jesus Cristo é inspiração para sermos agentes do cuidado, da atenção e do amor ao próximo?

 

Dom Leonardo: Políticas Públicas têm a ver com o cuidado, atenção com o próximo. Jesus foi, por excelência, aquele que cuidou das pessoas, que as integrou.

Quantas doenças – do corpo e da alma – Jesus curou? Ele cuidou, consolou a viúva, abriu os olhos, deu fala, limpou os leprosos… Mas ele também alimentou, não deixou as pessoas passarem fome. Jesus é aquele que vai ao encontro, como Deus continuamente vem ao nosso encontro.

Quando falamos de Políticas Públicas, como cristãos e católicos, não estamos partindo de qualquer lugar.

Estamos partindo da pessoa de Jesus e do anúncio do Reino de Deus que Ele veio implantar com a sua vida, morte e ressurreição.

Nosso ponto de partida, nosso fundamento na CF deste ano é justamente esse, Políticas Públicas para que haja mais fraternidade.

Não somos seguidores de Jesus? Não somos os aprendizes, discípulos de Jesus? Vamos fazer como Jesus: cuidar das pessoas.

Que ninguém passe fome, que ninguém precise morrer inutilmente, morrer porque está desassistido na questão da saúde. As políticas Públicas são esse nosso cuidado.

É importante nos engajarmos nas Políticas Públicas, mas inspirados em Jesus que cuida, alimenta, cura.

Assim nós, também, através das Políticas Públicas, ajudaremos tantas pessoas.

Nós também curaremos, saberemos sair ao encontro das pessoas.

Não fecharemos nossos olhos para as realidades.

Jesus foi um homem de olhos muito abertos, ele viu o sofrimento da mãe viúva, da multidão faminta, viu e ouviu as pessoas gritando para serem atendidas.

Que nós, como cristãos, também possamos fazer com que o Reino de Deus e a fraternidade sejam visibilizados através da nossa ação.

Fé, Política e especialmente a Campanha da Fraternidade estão relacionados com a pessoa de Jesus. É ele que revela a misericórdia do Pai.

Diz o texto-base da CF: … Políticas Públicas têm a ver com a misericórdia, porque é cuidado, consolo, sair ao encontro dos irmãos…

 

De que maneira o cristão pode colocar a mão na massa, entrar em ação para dar sua resposta positiva a essa provocação da CF?

 

Dom Leonardo: Diria que primeiro é necessário sermos cristãos católicos que participam da vida social, que não se omitem.

Participar significa fazer-se presente e protagonista nos diversos conselhos da comunidade, ser ativo nas discussões quanto às Políticas Públicas.

Queremos assumir a responsabilidade, queremos ser como Jesus. Mas também queremos, com a CF, despertar para a solidariedade, Sermos pessoas solidárias, nos educarmos e educar nossos filhos para a solidariedade.

Solidariedade significa diálogo, partilha, cuidado, termos sempre diante dos nossos olhos a esperança, incluirmos todos, não deixarmos ninguém de lado.

Sermos pessoas que buscam a cooperação de todas as pessoas que vão ao encontro delas. As Políticas Públicas têm a ver com a questão da honestidade, ética, superação da corrupção.

Gostaria de lembrar o bem comum, que tem diversos elementos que podemos apontar, por exemplo a cidadania. É importante não deixarmos de exercer nossa cidadania.

Quanto ao bem comum, cuidarmos do que é comum, seja na comunidade eclesial, seja na comunidade onde vivemos, na nossa família.

É bom recordar o Dia Mundial do Pobre, instituído pelo Papa Francisco. Ele está relacionado com as Políticas Públicas, o cuidado para com os irmãos e irmãs mais necessitados. Também os povos indígenas, quilombolas, povos originários de diversas raças e culturas…

Quantas pessoas passam necessidade? Hoje, no Brasil, temos novamente pessoas passando fome e um elevado número de pobres.

As Políticas Públicas pedem de nós um cuidado especial para com os pobres. Nós temos, no Domingo de Ramos, a Coleta da Solidariedade. Essa coleta é um gesto da nossa conversão, significa nossa participação na transformação da sociedade.

O Fundo Nacional de Solidariedade da CNBB recebe 40% desse dinheiro da coleta. As pessoas, os grupos, podem acessar esse Fundo Nacional de Solidariedade através de projetos que ajudem na transformação social. Os outros 60% ficam nas Dioceses, para poder ajudar, acompanhar os irmãos localmente.

Um gesto muito concreto das Políticas Públicas é a coleta, mas especialmente a Coleta da Solidariedade.

Quando contribuímos, mostramos que estamos dispostos a seguir Jesus, a seguir o caminho da Cruz e a nos deixarmos tomar pela beleza da transformação, da ressurreição de Jesus.

Que Deus nos dê essa graça e que sejamos todos cristãos católicos, pessoas de boa vontade, ativos na construção de Políticas Públicas, mas também fiscais das Políticas Públicas.

No tempo da Quaresma, não nos esqueçamos de aprofundar nossa vida de oração. Só assim compreenderemos a importância das Políticas Públicas para a construção de uma verdadeira fraternidade.

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