A Igreja celebra, aos 4 de agosto, a memória litúrgica de São João Maria Vianney, o Cura D’Ars.
Como ele é o padroeiro dos sacerdotes, nesta mesma data, comemora-se o Dia do Padre.
O Dia do Padre é celebrado oficialmente desde 1929, quando o Papa Pio XI proclamou São João Maria Vianney “homem extraordinário e todo apostólico, padroeiro celeste de todos os párocos de Roma e do mundo católico”.
João Maria Vianney nasceu na França, no ano de 1786, e depois de passar por muitas dificuldades, por conta das poucas habilidades, foi ordenado sacerdote. Mas, o Bispo que o ordenou acreditou que o seu ministério não seria o do confessionário, entendendo que sua capacidade intelectual seria muito limitada para dar conselhos.
É conhecido como o Cura D’Ars por causa do nome do povoado no qual serviu durante 41 anos. Foi um grande confessor, tinha o dom da profecia, recebia ataques físicos do demônio e viveu entregue à mortificação e à oração. É o padroeiro dos párocos.
Seu grande amor pela salvação das almas o levava a passar cerca de 11 horas no confessionário onde arrancou muitas almas do demônio que furioso o atacou, inclusive fisicamente, durante 35 anos.
Em fevereiro de 1818 o transferiram para Ars. O Vigário Geral lhe disse: “não há muito amor nessa paróquia, você lhe infundirá um pouco”. Quando chegou ao lugar disse uma profecia, “a paróquia não será capaz de conter as multidões que virão aqui”.
Como era um povoado muito atraído pelo mundano, quando saía para rezar pelos prados falava com os camponeses sobre as colheitas, o tempo, suas famílias. Preocupava-se com os pobres e vivia intensamente a virtude da humildade.
Era muito desapegado das coisas materiais, dormia no chão do seu quarto porque deu a cama de presente, comia somente batatas e de vez em quando um ovo cozido.
Sempre dizia que “o demônio não tem tanto medo da disciplina; mas teme realmente à redução de comida, bebida e sono”.
Uma vez, o demônio tremeu a sua casa por 15 minutos, em outra ocasião, quis tirá-lo da Missa e incendiou a sua cama, mas o santo mandou outras pessoas apagarem o fogo e não deixou o altar. O demônio fazia muito barulho para não o deixar dormir e também lhe gritava da janela: “Vianney, Vianney come batatas”.
Uma das sequelas da Revolução Francesa – que foi marcadamente anticatólica – foi a ignorância religiosa. Para tentar remediá-la passava noites inteiras na pequena sacristia de sua paróquia escrevendo e tentando memorizar os seus sermões. Não tinha boa memória e tinha muita dificuldade de lembrar o que escrevia.
Ensinava o Catecismo às crianças e lutou para que as pessoas não trabalhassem ou estivessem em bares aos domingos.
Sua popularidade foi crescendo e eram milhares as pessoas de todas as partes que chegavam para confessar-se com ele. Confessou mais de 100 mil pessoas no último ano de sua vida.
Concederam ao povo a permissão de construir uma Igreja, o que garantiria a permanência do santo. Seu doce amor pela Virgem Maria levou a que consagre a sua Paróquia à Mãe de Deus. Até agora, a imagem de Nossa Senhora que ele colocou na entrada continua no mesmo local.
Na madrugada do sábado, 4 de agosto de 1859, o Cura D’Ars partiu para a Casa do Pai. Seu corpo permanece incorrupto na igreja de Ars.
Em 8 de janeiro de 1905, o Papa Pio X o beatificou e, na festa de Pentecostes em 31 de maio de 1925, o Papa Pio XI o declarou Santo.