“A Páscoa cristã, tendo suas raízes na páscoa Judaica, é a celebração da ressurreição de Cristo, o triunfo da graça sobre o pecado, da luz sobre as trevas, da vida sobre a morte. Cristo desceu à mansão dos mortos para destruí-la. Com sua morte e com sua ressurreição deu-nos vida” é o que rezamos na liturgia do tempo pascal.
Cristo ressuscitou e vive entre nós; isto é um fato histórico que os Evangelhos nos contam. A verdade da ressurreição de Cristo é que explica a força dos apóstolos a saírem pelo mundo anunciando Jesus Cristo vivo e presente entre eles. É a partir desse momento que adquirem ânimo para anunciar a mensagem do Senhor. Enfrentaram todo tipo de adversidade e de resistências; muitas forças contrárias se opuseram a eles. Mas a ressurreição de Cristo jamais teria sido uma alucinação dos apóstolos e dos seguidores de Jesus. Os que pensaram e pensam hoje em dia que a ressurreição de Cristo é uma alucinação, está equivocado. Isso seria uma grosseira fantasia. Uma alucinação poderia transformar o mundo? Poderia uma alucinação levar milhares de pessoas a se entregarem à morte para defender essa fé? Será que uma alucinação poderia fazer esta Igreja sobreviver por 2 mil anos, vencendo todas as perseguições como o Império Romano, as heresias, o nazismo, comunismo e tantas outras ideologias e correntes dominadoras do mundo? A experiência direta dos apóstolos foi bem registrada por São João: O que vimos, ouvimos e as nossas mãos apalparam, isto nós atestamos.
Mesmo assim, os apóstolos duvidaram da ressurreição de Jesus Cristo. Só a muito custo se convenceram. O próprio Cristo teve que falar a Tomé: Os fantasmas não tem carne e osso como podes me ver (Lc 24,39). Cristo, ressuscitado caminhou por quarenta dias. O Ressuscitado criou a fé dos discípulos e não foram eles que criaram a fé no Ressuscitado. Os apóstolos não tinham condições psicológicas para inventar a notícia da ressurreição de Jesus ou para sonhar alucinadamente com tal evento.
Viver a Páscoa é mudar de vida, deixar o pecado, viver em comunhão com Deus na intimidade da oração assumindo verdadeiramente o ser cristão, imitador de Cristo, disposto a renunciar-se a si mesmo, tomar a cruz de cada dia e seguir o Senhor no esforço e empenhos contínuos de fazer acontecer o Reino de Deus entre nós, aqui na terra, para depois um dia na eternidade vivermos este reino na plenitude iniciado aqui, pois foi nesta terra, que Deus se fez conhecer por meio de seu Filho Jesus. Foi para os que nele creram que Ele ressuscitou.
Como disse São João Paulo II: ” Não tenhais medo, porque o Senhor ressuscitado caminha conosco”. Deixemos nossos comportamentos, palavras e atos antigos, carregados de sujeiras, cheios de sentimentos que atrapalham nossa convivência e nosso amor uns pelos outros e nos revistamos do Senhor Ressuscitado, dos seus gestos, do seu olhar para o mundo com mais carinho e cuidado com toda a natureza. A vida na terra é momentânea. Caminhamos com Cristo rumo a Pátria Celeste.
Feliz Páscoa, meus amigos! Feliz Páscoa!
Pe. Marco Antonio Amstalden – Pároco