(Publicado no Jornal Correio Popular em maio/2013)
A data de 1º de Maio foi durante muito tempo um símbolo da luta de classe. O Papa Pio XII, em 1955, deu um caráter cristão a essa festa mundialmente comemorada, atribuindo-lhe um santo intercessor: S. José, que também protege as famílias, as vocações, a hora da morte do operário.
O Papa instituiu nesse dia a festa de S. José Operário, Protetor e Modelo dos trabalhadores (as) do mundo inteiro. S. José representa as virtudes, o cansaço, o sofrimento e a dignidade dos que trabalham e dos que do suor do rosto tiram o seu sustento, como fez o Santo para cuidar da Sagrada Família de Nazaré.
A Igreja acredita que, no ofício de S. José, por ser ele um homem justo e fiel, todos os trabalhadores devem se espelhar pela transparência de seus atos, na busca dos seus direitos e cumprimento dos deveres, para que o trabalho seja uma fonte de bênçãos, uma oportunidade para o crescimento e desenvolvimento das capacidades de cada indivíduo, além de contribuir para o progresso da sociedade. O mês dos trabalhadores é, assim, o louvor aos profissionais e à reflexão, para que o trabalho seja uma forma de incluir o ser humano no seu espaço, cada vez mais ocupado pelas máquinas e pelas descobertas da tecnologia.
Aos olhos de Deus, homem e mulher têm muito a contribuir para o progresso. A história de lutas em torno dos direitos e deveres dos que trabalham é repleta de experiências boas e difíceis que,em inúmeras vezes, custaram a vida dos envolvidos. O trabalho escravo, de crianças, de imigrantes contratados ilegalmente, a má remuneração e a falta de estabilidade são algumas das forças que existem e que incapacitam os trabalhadores a se desenvolverem, sem deixar de citar as questões tributárias.
O mês de maio também constitui uma recordação do papel das mães que, cotidianamente, trabalham por seus filhos, dando-lhes o que precisam por meio do carinho, dedicação, amor desinteressado e tantos sacrifícios que a razão não pode mensurar. No coração das mães se cumpre, em parte, o que é o amor de Deus: quer o bem de todos, partilha os bens e os dons, guarda e mede as palavras, sofre calado, esconde as lágrimas e nos dá sempre uma nova chance, quando se erra.
Assim como a ternura e a compaixão estão presentes na figura intransferível da mãe, Deus age da mesma maneira com todos os que Nele põem sua esperança. Na pessoa da Mãe de Jesus, Maria, de Santa Rita de Cássia, o desejo de acreditar na força de Deus inverte a lógica humana para se fazer entender e tornar-se próximo.(Cf. Lc 1,46-56)
Pe. Paulo Emiliano – Paróquia Sant´Ana – Sousas –
Vigário da Forania N.S. Aparecida – Campinas-SP
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