O quinto mês do ano é marcado pelas noites e dias menos quentes e por datas significativas que ajudam a pôr um dinamismo no cotidiano fatídico que às vezes teima em prevalecer sobre o que se propõe na vida pessoal, profissional ou em qualquer outra esfera.No mês de todas as mães, uma data cristã tem destaque – Pentecostes – que neste ano, será celebrado no dia 24. Ela recorda o envio do Espírito Santo aos Apóstolos reunidos num mesmo lugar, onde tiveram uma grande experiência de Deus que os fez impulsionar para anunciarem, de maneira corajosa e dinâmica, usando uma linguagem entendida por todos, os conhecimentos práticos que tiveram com Jesus (cf. At 2,1-11), contrapondo o que antes era confusão, orgulho e poder na torre de Babel (cf. Gn 11,1-9).
A Páscoa, período que se prolonga por 50 dias, se une a Pentecostes, pois o Bom Pastor Ressuscitado, com Sua presença confortadora, é a manifestação do Espírito de Deus que faz novas todas as coisas (cf. Sl 103), abrindo um caminho de amor e transformação, para continuar a ver a luz das virtudes que existem na pessoa humana. O Espírito de Deus quebrou o jugo do medo, também as barreiras que impediam o entendimento entre todos de diferentes nações e línguas.
O significado de comunhão desta data propicia uma grande reflexão à sociedade hoje fragmentada no âmbito dos valores familiares, éticos e morais. Onde está o respeito para com a vida e para com as minorias? Por que tanto desejo de levar vantagem sobre o que é público? Por que se tornam tão difíceis as relações e por que a comunicação virtual insiste em substituir a real?
Em I Cor 12,3b-7.12-13, verifica-se que Deus une os seres humanos em perdão e comunhão por aquilo que são e não pelo que têm ou fazem. Quem a Cristo segue se deixa iluminar e, ao redor das sombras, sempre enxerga uma luz nova (cf. I Jo 1,15) e produz uma nova luz. Criar comunhão significa olhar além das aparências e unir-se em torno do bem comum que proporciona algo de bom para todos, superando as diferenças, aproximando distâncias sociopolítico-religiosas.
Que esta Festa do Divino Espírito Santo, também absorvida pela piedade popular em diversas regiões do país através das bandeiras, cantorias e muitas cores, se torne uma ocasião para não deixarmos escapar a esperança que a novidade da ação de Deus revela a todos que creem na força da paz que gera o bem, a ternura, a compaixão e a vida em toda a face da terra. A começar de você!
Pe. Paulo Emiliano – Paróquia Sant´Ana – Sousas – Campinas/SP
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